Meu Memorial de Leitura
Espera, uma palavra que tem um significado confuso para mim. Desde meus primeiros passos, como minha mãe já dizia, nasci com pressa, por isso a espera é difícil. Tudo o que faço tem movimento. Meus pais sempre tiveram influência decisiva em todo o meu processo de vida pessoal. Por mais que não possuíssem escolaridade, estavam sempre dispostos em tornar-se uma profissional de excelência qualquer fosse à profissão que eu abraçasse. Lembro-me de minha chegada à escola, uma escola de freiras, Fortaleza-Ceará. Uma escola maravilhosa, muito pequena, tenho apenas na memória pequenos flashes . muita cor, é o que mais sinto na lembrança, tudo muito colorido e cheirando massa de modelar. Até hoje o cheiro passa por mim. Sou particularmente sensorial, os sentidos em mim afloram. Em casa, minha mãe sempre me encheu de muitos livros, revistinhas para pintar, gibis e aqueles bonequinhos de papel que a gente troca de roupa sempre que ia à banca de revistas comprar mais uma roupinha... era divino!!!!!!!!!!!! Fui feliz porque me lembro nitidamente daquela freira idosa, com paciência e calma e voz de contadoras de história, daquelas que, quando lia, a imaginação da criançada fluía revestindo em desenhos lindos e coloridos. Minha casa era uma perfeita biblioteca infantil, a escola era apenas um complemento. Quando ainda criança, mudamos para Rondônia, e moramos uma temporada em Ji-Paraná. Lá estudei numa escola diferente, porque minha visão era que, na escola, todas as professoras eram freiras. Tomei um susto com essa diferença. O ensino era tradicional e não tenha lembranças, acho que minha memória deletou os detalhes, talvez a metodologia não fosse tão marcante quanto a anterior. Passei a morar em Jaru e vivo até hoje. Jaru me possibilitou toda minha trajetória escolar e pessoal. Estudei o ginásio, segundo grau – magistério e o terceiro grau. O ginásio foi marcado por inúmeros bilhetinhos de amor... muitas paqueras e sonhos. Os professores não aproveitam essa oportunidade para trabalhar os gêneros por esse motivo. A lembrança mais forte que tenho é a da professora Ivone, que pegava muito no meu pé...imagina...eu pegava fogo na sala. Meu professor Clóvis, agora meu superior na Secretaria Municipal de Educação, sofreu muito também, mas guardo na memória, como alguém que contribuiu positivamente na minha construção de pessoa. Matava muita aula para dar uns beijinhos e lia “Bianca”, “Julia”, romances à bessa. O ensino médio coincidiu com meu casamento, lembra da minha pressa, pois é, casei e parei de estudar. Após sete anos retornei agora um pouco mais ligada no enriquecimento que a escola nos disponibiliza quanto ao conhecimento. Fiz o estágio e me apaixonei pelo magistério e de duas professoras em especial, a orientadora do estágio e a professora Ana de didática. Elas foram minhas musas inspiradoras para ingressar no curso de letras. Orientavam-nos com amor, difícil encontrar profissionais como aquelas hoje. Sempre que atuo em minha profissão elas são lembradas nos meus atos, no meu proceder. Nunca desconsiderei nenhum professor, nenhuma disciplina, todos contribuíram para minha formação, inclusive os professores que não queriam e não tinham nenhum compromisso. Eles mostraram que, por mais que queiramos, sempre existirão pessoas assim e que devemos aprender sempre e não pensar que estamos ensinando. O grande barato da história é aprender na simplicidade de um professor ou de um aluno e até mesmo que alguém que não está no meio do nosso trabalho, mas que modifica nosso pensar e nosso agir diante do mundo. Procuro ler situações além de textos, livros, revistas porque acredito que nossa vida é, essencialmente leitura e interpretação, vamos lendo, interpretando e interagindo com esse processo o tempo todo. A espera, aquela citada inicialmente, é aquela que nossos pais têm quando nos ingressam na escola e nós vamos escolhendo apenas o que o tempo e nossa aptidão nos mostram. Acho que essa espera é a mais longa de nossas vidas porque sempre achamos que ainda não chegamos lá... Onde?... Será?...
Espera, uma palavra que tem um significado confuso para mim. Desde meus primeiros passos, como minha mãe já dizia, nasci com pressa, por isso a espera é difícil. Tudo o que faço tem movimento. Meus pais sempre tiveram influência decisiva em todo o meu processo de vida pessoal. Por mais que não possuíssem escolaridade, estavam sempre dispostos em tornar-se uma profissional de excelência qualquer fosse à profissão que eu abraçasse. Lembro-me de minha chegada à escola, uma escola de freiras, Fortaleza-Ceará. Uma escola maravilhosa, muito pequena, tenho apenas na memória pequenos flashes . muita cor, é o que mais sinto na lembrança, tudo muito colorido e cheirando massa de modelar. Até hoje o cheiro passa por mim. Sou particularmente sensorial, os sentidos em mim afloram. Em casa, minha mãe sempre me encheu de muitos livros, revistinhas para pintar, gibis e aqueles bonequinhos de papel que a gente troca de roupa sempre que ia à banca de revistas comprar mais uma roupinha... era divino!!!!!!!!!!!! Fui feliz porque me lembro nitidamente daquela freira idosa, com paciência e calma e voz de contadoras de história, daquelas que, quando lia, a imaginação da criançada fluía revestindo em desenhos lindos e coloridos. Minha casa era uma perfeita biblioteca infantil, a escola era apenas um complemento. Quando ainda criança, mudamos para Rondônia, e moramos uma temporada em Ji-Paraná. Lá estudei numa escola diferente, porque minha visão era que, na escola, todas as professoras eram freiras. Tomei um susto com essa diferença. O ensino era tradicional e não tenha lembranças, acho que minha memória deletou os detalhes, talvez a metodologia não fosse tão marcante quanto a anterior. Passei a morar em Jaru e vivo até hoje. Jaru me possibilitou toda minha trajetória escolar e pessoal. Estudei o ginásio, segundo grau – magistério e o terceiro grau. O ginásio foi marcado por inúmeros bilhetinhos de amor... muitas paqueras e sonhos. Os professores não aproveitam essa oportunidade para trabalhar os gêneros por esse motivo. A lembrança mais forte que tenho é a da professora Ivone, que pegava muito no meu pé...imagina...eu pegava fogo na sala. Meu professor Clóvis, agora meu superior na Secretaria Municipal de Educação, sofreu muito também, mas guardo na memória, como alguém que contribuiu positivamente na minha construção de pessoa. Matava muita aula para dar uns beijinhos e lia “Bianca”, “Julia”, romances à bessa. O ensino médio coincidiu com meu casamento, lembra da minha pressa, pois é, casei e parei de estudar. Após sete anos retornei agora um pouco mais ligada no enriquecimento que a escola nos disponibiliza quanto ao conhecimento. Fiz o estágio e me apaixonei pelo magistério e de duas professoras em especial, a orientadora do estágio e a professora Ana de didática. Elas foram minhas musas inspiradoras para ingressar no curso de letras. Orientavam-nos com amor, difícil encontrar profissionais como aquelas hoje. Sempre que atuo em minha profissão elas são lembradas nos meus atos, no meu proceder. Nunca desconsiderei nenhum professor, nenhuma disciplina, todos contribuíram para minha formação, inclusive os professores que não queriam e não tinham nenhum compromisso. Eles mostraram que, por mais que queiramos, sempre existirão pessoas assim e que devemos aprender sempre e não pensar que estamos ensinando. O grande barato da história é aprender na simplicidade de um professor ou de um aluno e até mesmo que alguém que não está no meio do nosso trabalho, mas que modifica nosso pensar e nosso agir diante do mundo. Procuro ler situações além de textos, livros, revistas porque acredito que nossa vida é, essencialmente leitura e interpretação, vamos lendo, interpretando e interagindo com esse processo o tempo todo. A espera, aquela citada inicialmente, é aquela que nossos pais têm quando nos ingressam na escola e nós vamos escolhendo apenas o que o tempo e nossa aptidão nos mostram. Acho que essa espera é a mais longa de nossas vidas porque sempre achamos que ainda não chegamos lá... Onde?... Será?...